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Arte Covilhã preencheu pavilhão da Anil

Pintura, escultura, fotografia e escrita estiveram em destaque na primeira edição do certame

«É uma óptima iniciativa para o interior do país. Acima de tudo, e mais do que vender as obras, é importante para divulgar a arte e levá-la até às pessoas que, de outra forma, não poderiam ter acesso a ela». O comentário é de Jorge Silva, responsável pela Galeria Aquariu’s, da Guarda, mas esta opinião estende-se pela maioria dos artistas e criadores que participaram na primeira edição da Arte Covilhã.

Durante três dias, o pavilhão da Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios (ANIL) transformou-se numa enorme galeria de arte para todos os gostos e carteiras. Pintura, escultura, fotografia e escrita estiveram em destaque no último fim-de-semana prolongado, entre sexta-feira e domingo, num certame em que participaram cerca de 120 criadores, a grande maioria da região.

«É de louvar a Anil e a Covilhã por esta iniciativa que dá um olhar especial aos artistas da região», disse Jorge Silva. «Só é pena a Guarda não se ter antecipado», diz, em tom de brincadeira, tendo em conta que muitos dos artistas presentes na Feira provêm do distrito da Guarda. A única falha deste evento foi ter durado «poucos dias», apontou o responsável pela Aquariu’s, «a única galeria de arte do país em que se serve refeições» e que representa à volta de 20 pintores e 11 escultores nacionais e internacionais. Também para Artur Aleixo, pintor expressionista e escritor natural do Tortosendo, a iniciativa deveria «ser feita três vezes por ano». «É uma excelente iniciativa. Não me lembro de se ter feito nada desta natureza na região», acrescentou, salientando a importância do certame, não só para os artistas da região, mas também para os habitantes locais. «Durante estes três dias, houve muita gente a visitar a feira e pessoas interessadas em observar e a opinar», referiu.

Satisfeita estava também Anabela Gesteiro, responsável pela galeria Art G, de Viseu, para quem a feira foi uma «óptima iniciativa para abrir os horizontes e dar a oportunidade às pessoas para verem arte». Além disso, trata-se de um evento «muito importante para dar valor aos artistas», acrescentou a galerista que representa, entre muitos artistas, o escultor covilhanense Moreira Neves. Para além de mostrar e de ter vendido algumas obras dos artistas que representa, Anabela Gesteiro destaca ainda como mais-valia do certame o facto de ter estabelecido «alguns contactos» com outros artistas e galerias. «Dentro da diversidade, há muitos bons artistas», constatou, manifestando a vontade de voltar a participar na segunda edição do evento.

Esta primeira edição da Arte Covilhã ficou ainda marcada pela componente solidária, já que a Anil ofereceu a Helena Silva (mãe do “Menino Azul”) e a Cláudio João (vítima de Síndroma de Larsen, doença que afecta todas as articulações do corpo) a oportunidade de exporem os seus trabalhos. Helena Silva, que se tem dedicado à pintura para conseguir os meios necessários para adquirir os medicamentos para o seu filho, doou uma das suas pinturas ao Governo Civil de Castelo Branco. Uma pintura que será leiloada no próximo domingo, durante o evento “Covilhã Solidária”.

Para Carla Mota Veiga, do departamento de feiras e exposições da Anil, a Arte Covilhã – iniciativa que pretendeu promover e divulgar os artistas da região – foi «uma boa aposta». E a comprovar o «êxito da iniciativa» está a «presença de milhares de pessoas» no certame, destacando ainda o cariz social do evento e o espaço “Jovens Artistas”, onde os alunos das escolas secundárias Campos Melo, Frei Heitor Pinto, Quinta das Palmeiras e Externato de Nossa Senhora dos Remédios puderam apresentar os seus trabalhos e dar asas à criatividade. De resto, a Anil já mostrou intenção de realizar já no próximo ano a segunda edição da Arte Covilhã.

Liliana Correia

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