Política

13.116 votos no distrito da Guarda foram “desperdiçados”

Img 7575
Escrito por Sofia Pereira

No distrito da Guarda 85.103 pessoas votaram para as legislativas do passado domingo. Mas certo é que 15,41 por cento destes votos foram “desperdiçados” porque não contribuíram para a eleger deputados e, portanto, não foram convertidos em mandatos.
No círculo eleitoral 10.620 pessoas votaram no BE, ADN, IL, CDU, Livre, PAN, Nova Direita, R.I.R, Ergue-te, Volt e MPT.A – partidos que não conseguiram votos suficientes para eleger representantes no novo Parlamento. Nestas contam entram também os votos nulos e os brancos, que representam um total de 2.496 votos. Assim sendo, na Guarda houve 13.116 votos “desperdiçados”, de acordo com o site online www.omeuvoto.com/elegeu/ . Em contraste, no distrito houve 71.987 votos úteis que se refletiram na eleição de deputados. A Aliança Democrática elegeu Dulcineia Catarina Moura (com um total de 29.033 votos), o Partido Socialista elegeu Ana Mendes Godinho (com 27.133 votos) e o Chega elegeu Nuno Simões de Melo (com 15.821 votos).
Se olharmos a nível nacional, houve 673.382 votos “desperdiçados”, entre eles 155.306 dizem respeito à soma dos votos branco e nulos. No total, em Portugal, 10,96 por cento dos votos não contaram para eleger deputados para a Assembleia da República. Já é possível cada eleitor perceber se o seu voto foi útil ou “desperdiçado” através do site online www.omeuvoto.com/elegeu/, um Portal do politólogo Luís Humberto Teixeira.

Como diminuir o desperdício de votos?

João Almeida Santos, professor universitário de Ciência Política e Comunicação e antigo presidente da Assembleia Municipal da Guarda, defende um «sistema maioritário uninominal, círculos eleitorais mais pequenos».
Na sua opinião, «é preciso mudar o sistema maioritário e realizar duas voltas com círculos uninominais. É eleito aquele que ganha em dois. Isso permitia uma nova distribuição de círculos eleitorais e responsabilizava e aproximava os deputados e partidos, a ligação aos cidadãos era maior e acabavam com isto dos secretários-gerais e dirigentes determinarem tudo».
«Não resolveria tudo, mas ajudaria juntamente com as primárias, etc. Defendo uma grande alteração à lei e acho que é preciso mexer no sistema eleitoral», sublinha. E João Almeida Santos deixa uma nota: «Os deputados não representam o círculo eleitoral pelo qual foram eleitos. Representam a nação. Claro que depois existe o trabalho político feito no círculo eleitoral e é aí que ganha importância a representação regional, porque há uma espécie de divisão técnica do trabalho nos círculos eleitorais. Mas entre o círculo eleitoral e a nação… a nação está em primeiro lugar», garante.

Sobre o autor

Sofia Pereira

Leave a Reply