Imagine um terreno sem tapumes, sem árvores, sem arbustos altos e aí está um lugar onde os homens se envergonham de escrever o seu nome no chão com o pirilau. Não há onde se aliviar em recato, onde despejar os litros de cerveja sem mirones, onde se sacudir à vontade. Os homens são só aparentemente tímidos, na verdade precisam de tapumes, que do lado não espreitem, que ninguém comente. Agora reparem o azar de um homem que vai a uma casa de banho moderna impedido pelo desbaste das árvores e dá com um acender automático, sem interruptor. Desaperta-se, prepara-se, faz até alguma força com o baixo-ventre e de repente a luz apaga-se. Ele já com o ribeiro criado e a ter de se mexer, se não a luz não vem. Primeiro o som da urina a cair orienta, mas depois a escuridão e os sons que mudam levam-no a mexer-se e zás, pingos no pé manchas na calça. A luz e a liberdade estão directamente associadas neste complexo processo de sacudir. Se os homens já não têm muita pontaria imaginem a coisa em pé e sem luz. Antes no meio das árvores.