A população do Sabugal decidiu, ontem, na sessão de Câmara, quais as medidas a tomar contra o fecho nocturno, a partir de segunda-feira, do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) no Centro de Saúde local. O apelo foi lançado pela Associação de Desenvolvimento do Sabugal (ADES), que também vai apresentar uma providência cautelar, de base popular, para evitar o fim das Urgências entre as 22 horas e as oito da manhã.
«O objectivo é impedir que o Governo proceda ao encerramento da Urgência, bem fundamental para a qualidade de vida de todos os munícipes, pelo que solicitamos o apoio e o empenhamento de toda a população», anunciou, segunda-feira, a ADES em comunicado. Este protesto junta-se à contestação da autarquia, que, na semana passada, recusou tal eventualidade e exigiu uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) para assegurar o transporte dos casos mais urgentes para o Hospital da Guarda. Uma posição fundamentada em critérios relacionados com o tempo de resposta ao local de socorro e com o tempo de trajecto gasto até ao serviço de Urgência mais próximo, no Sousa Martins. Outra preocupação da autarquia raiana está relacionada com o aumento da população no Verão, Natal e Páscoa, dado ter um elevado número de emigrantes. Para ontem foi também adiada a reunião que devia ter ocorrido na segunda-feira entre o presidente da Câmara de Trancoso e Fernando Regateiro, presidente da ARS Centro, a propósito do fecho nocturno do SAP local.
Em Aguiar da Beira, a contestação não deverá sair à rua, mas ficou lavrada numa moção de protesto aprovada por unanimidade pelo executivo. «Trata-se de uma decisão meramente economicista, deixando para trás a parte social e humana que está em causa», refere o documento, onde se recorda também que Aguiar da Beira «perde um serviço pelo qual tanto lutou». A moção alerta ainda para o facto da população mais carenciada e mais idosa ser «a primeira a sair prejudicada» com o fecho do SAP durante a noite. Já o presidente Fernando Andrade disse recear que esta medida possa originar «situações dramáticas e irreversíveis, que coloquem em causa a vida dos nossos munícipes e dos restantes cidadãos dos concelhos vizinhos que utilizavam este serviço». Em Almeida, António Baptista Ribeiro, presidente da autarquia, quer saber mais. «Não nos dizem quais os meios utilizados para transportar os doentes e não identificam a unidade de saúde que servirá Almeida», sublinha.