A semana passada falei da importância da originalidade de pensamento e hoje, é sobre a forma como comunicamos as nossas ideias, opiniões e vontades, ou seja, como dizemos o que queremos dizer.
Muitas pessoas pensam que ser firme é ser agressivo ou inflexível e não tem nada a ver.
Ser firme, é saber afirmar-se. É partilhar o que nos vai na alma, sem ir contra ninguém. É dizer sim ou não, pelo prazer de exercer a nossa liberdade de ser.
Por isso, tão importante como aquilo que queremos dizer, é a forma como o dizemos, e aqui entra a suavidade.
Quando somos firmes e suaves, a razão e o coração estão de mãos dadas.
Dizemos o que precisamos de dizer, quando comunicamos a nossa verdade a partir do nosso eu mais sincero, não a partir do ego, é isso faz toda a diferença.
Vejam este exemplo: Irritei-me com um cliente que não me respondia aos emails sobre pagamentos. A minha vontade era dizer que suspendia o serviço enquanto não pagassem, mas o que eu fiz depois de pensar no assunto, foi pedir o pagamento, em nome da continuidade da prestação do serviço.
Optei pela solução que salvaguardasse os interesses de ambas as partes, não ameacei e a resposta não tardou em chegar.
Este tema está ligado com o controlo das nossas emoções, também já falei sobre isso aqui.
Muitas vezes achamos que ganhamos razão quando elevamos o tom do discurso, mas na prática, a situação tende a piorar.
Sim, falo de autocontrolo, trata-se de refrear as emoções, não de calá-las nem ignorá-las.
Quando fazemos a nossa parte para que as coisas corram bem, somos mais flexíveis, ponderamos as palavras, o que suaviza o que temos a dizer e a mensagem passa com eficácia.
Muitas vezes não dizemos o que queremos dizer, por medo da reação do outro, mas quando o nosso amor próprio está bem calibrado, somos capazes de dizer o que for preciso dizer, em nome do respeito que devemos a nós próprios.
Da mesma forma que podemos ser firmes sem usar a agressividade, também podemos ser suaves sem ser permissivos.
Mais uma vez, quando a razão e o coração estão juntos, estamos a ser inteiros, o que é típico de quem sabe ocupar o seu lugar e não abre mão disso.
Para quem quiser explorar este tema, sugiro o livro “ Vive como se estivesses a dançar”, foi escrito por dois japoneses, abordam questões interessantes numa conversa entre um filósofo e um estudante.
Olha e tu? Dizes o que te vai na alma?