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Sejamos responsáveis

Quando chega a hora de resolver um problema, nós, portugueses, somos uns “empatas” da melhor espécie (…). Ora vejamos. Que culpa tem o povo de Portugal e o seu Presidente por o sr. Fulano e a sr.ª Fulana terem relações sexuais e daí resultar uma gravidez não planeada ou indesejada. Será possível que eles não soubessem o que estavam a fazer? (…).

É precisamente esse ponto (…) que nos separa dos outros animais e se não houver força suficiente para não o ultrapassar, então de certeza que vai tudo para o jardim zoológico. É isso que querem? (…) Mas como não querem ter a responsabilidade, passam a “batata quente” ao povo a pedir o referendo ao aborto. Deviam sim pedir referendos que preocupam todos os portugueses, como a saúde, o trabalho e o desemprego. Agora incomodar uma nação com assuntos da vida íntima de cada um é de doidos e irresponsáveis.

Isto só serve para enxovalhar a mulher portuguesa, que deve ser respeitada e amada. Além de levar com o “fardo” da gravidez, ela faz o aborto às escondidas, sujeita a morrer ou a ser presa, ficando o sr. Fulano sentado em casa à espera dos resultados. Isto não é justo! É vergonhoso! Este parceiro, legítimo ou ilegítimo, dever ser punido por lei. Nada de prisões, é claro. Mas sim algo semelhante à vasectomia, castração ou outra a escolher, mas radical. Com este aditamento ao Código Penal, de certeza que os abortos acabavam ou diminuíam e haveria assim mais responsabilidade nas relações sexuais e mais amor.

O Estado deve criar serviços de apoio e assistência de alta qualidade à mulher grávida, seja ela nova ou velha, rica ou pobre, se necessário andar por aldeias e vilas a dar os primeiros apoios. O país necessita de mulheres grávidas em condições normais, de famílias constituídas. Precisamos de gente nova e sã. O Estado tem que ser a “ama seca” dos futuros portugueses, sendo responsável, assim como todos nós, pela continuação de Portugal. Deve criar condições clínicas e monetárias para o bem-estar da mulher, para esta se sentir orgulhosa da sua gravidez.

Há muitas senhoras que são arrastadas na via pública pela trela de um cão, mas podiam muito bem ajudar num infantário – uma mãe trabalhadora a mudar uma fralda a um bebé –, mas preferem sujar as mãos nos dejectos do cão que têm em casa.

(…)

Hoje, um adolescente tem ao seu dispor jornais, revistas, livros, cinema, televisão, vídeos, Internet. Em todo este manancial de informação sobre sexo não se encontra a mesma quantidade de informação sobre a responsabilidade que deve ser explicada, na infância, pelos “paizinhos” e dada na escola como disciplina obrigatória. (…)

António do Nascimento, Guarda

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