Arquivo

Não é pecado voltar atrás

Respeitando o lajedo de alguns metros na periferia da Sé, ficamos com uma área livre da conhecida Praça Velha e, aproveitando o seu natural declive, dá-nos a possibilidade de executar um trabalho altamente artístico de calcetaria, em que fossem implantados desenhos de bom gosto, beleza, simetria e harmonia, ou representar uma página da História da Guarda.

Tudo feito em granito, pedra branca e preta, pedra do rio e até vidro, mas nada de tijolo. Pedras e pedrinhas aplicadas com a habilidade e aconchego que só os velhos mestres calceteiros de Alcains sabem.

Possibilitaria marcar no pavimento o trilho para o trânsito de veículos, que devia ser apenas de carga e descarga e de socorro. Com o seu espaço livre, a praça tem de óptimas condições para ser uma “Praça de Comércio”, pois (…) é esplêndida para exposições artísticas ou propagandear qualquer produto. Durante a noite toda esta área deve ser generosamente iluminada para que todo o pavimento seja visto com vida.

Em tempos sugeri a possibilidade da autarquia convidar a nossa vizinha edilidade de Salamanca, para que ambas confraternizassem nesta Praça Velha. Teríamos uma oportunidade esplêndida de confraternizar e, entre muitos motivos, de promover colóquios com personalidades espanholas. Mas aqui na Guarda limitamo-nos a receber um vendedor de picles no nosso Mercado Municipal.

Não querendo aproveitar este espaço para ser uma Praça de Comércio, então poderia fazer-se um jardim a sério com raízes, espaços de lazer, árvores de baixo porte, arbustos para um jardineiro com arte de escultor, muitas e muitas flores, efeitos artísticos com água; que tenha bancos cómodos para a terceira idade descansar o reumático e para os namorados trocarem, com respeito, frases de amor. Mas que fosse severamente punido quem viesse arrastado pela trela de um cão.

Falando em flores, a Câmara Municipal podia muito bem criar um viveiro de flores destinado à manutenção dos vasos e cantos que se vêm aí pela cidade abandonados.

António do Nascimento, Guarda

Sobre o autor

Leave a Reply