Desde muito novo que ouvia dizer, em casa, que férias eram “mudança de actividade”. Custava-me a acreditar na tese, pelo menos enquanto essa mudança implicava trabalhos agrícolas, embora garantissem uma muito apreciada compensação financeira.
Os tempos passam e essa mudança de actividade centra-se noutros prazeres, que, grangeando menos proveitos indispensáveis às necessidades mais materiais, garantem agora um interminável crescimento e enriquecimento, que nos permitem uma maturação, sempre insatisfeita, de espiritualidade. Vem isto a propósito da consolidação de ideias e princípios de vida que me foram proporcionados pela leitura de Deepak Chopra – “As Sete Leis Espirituais do Sucesso”.
Uma amiga muito especial, porque com uma bela formação e um enorme empenho e exigência
na forma de Viver, levou-me até esta leitura, sabendo não só o interesse que lhe despertara a
ela o tema, mas atenta ao meu constante “procurar”. Somos, de facto, seres muito complexos, mas capazes de discernir e analisar o mais profundo do nosso Ser, com vista a melhorarmos as nossas relações com os outros e principalmente com nós próprios.
Escreve Chopra:
«Vós sois aquilo que é o vosso mais profundo e estimado desejo.
Aquilo que for o vosso desejo fará a vossa vontade,
aquilo que for a vossa vontade fará a vossa acção,
aquilo que for a vossa acção fará o vosso destino».
É neste contexto que o apelo a que o desejo dos cidadãos seja respeitado, que ele traduza “a vontade do todo”, que não descuremos a acção a que nos comprometemos, porque disso dependerá o nosso destino colectivo, que sei ser nosso dever assumir na, “mudança de actividade”, um maior aproveitamento desse tempo de férias para consciencializar o muito que nos obriga a nossa cidadania.
A acção política, principalmente a de proximidade, como a autárquica, não pode ser de verdadeiro “serviço publico” se esquecer princípios que, como escreve Chopra, são os «…mesmos que a natureza aplica para criar tudo o que faz parte da existência material».
E se estivermos dispostos a dar aquilo que procuramos, a abundância do universo circulará nas nossas vidas (lei da dádiva). Toda a acção gera uma força de energia que nos é devolvida na mesma espécie… Aquilo que semeamos é aquilo que colhemos. Saibamos semear neste tempo propício à reflexão, e seremos recompensados num futuro, que só pode ser de prosperidade. Que todos os que têm obrigações públicas e exigências dos seus concidadãos sejam “iluminados” para que cumpram apenas tudo o que, de forma tão hábil, conseguiram publicamente comprometer-se.
Por nós resta-nos, o que já é muito, continuar atentos aos sinais que resultam de cada acto a que somos chamados a participar ou a presenciar.
Boas leituras e boas merecidas férias.
P.S.: Deepak Chopra, famoso especialista no campo da medicina do corpo e do espírito e do potencial humano, virá de novo a Portugal proximamente.
Por: J. L. Crespo de Carvalho
