Cláudio Serra é o novo presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Manteigas. Os novos corpos sociais foram empossados em setembro após nove meses de gestão corrente devido à demissão da direção anterior.
Cláudio Serra garante que a atual direção tem «os órgãos constituídos e coesos». Uma das primeiras medidas diz respeito à organização do quartel, separando «a parte institucional da parte operacional». Para além disso, revela que foi uma «estratégia deste grupo endereçar o convite ao comandante Paulo Sequeira que aceitou o repto e já foi nomeado comandante dos Bombeiros Voluntários de Manteigas». Olhando para os «poucos» dias desde a nomeação de Paulo Sequeira, o presidente da direção considera que já foram «introduzidas novas estratégias, novos planeamentos de serviços quer a nível de saúde, quer a nível de viaturas de combate a incêndios». Mudanças que levam Cláudio Serra a afirmar que sente o corpo ativo «a estabilizar, de forma progressiva, e a obter a tranquilidade necessária» para o desempenho das suas funções.
Em declarações a O INTERIOR, o presidente da direção, que liderou uma lista única, considera que «os próximos tempos são desafiadores porque a associação teve um golpe pesado no que diz respeito à parte financeira». E exemplifica: «Vimo-nos impossibilitados de ver atribuídos à associação 30 mil euros do subsídio da Câmara Municipal e há despesas para pagar», refere Cláudio Serra, que diz confiar no «compromisso do executivo municipal de que tudo fará para nos ajudar». Dificuldades financeiras à parte, o dirigente levanta ainda outro problema, a «falta de proximidade» entre os bombeiros e a comunidade e vice-versa. Na sua opinião, a situação é mesmo algo que o «preocupa», mas acredita que, «paulatinamente», vai recuperar a ligação entre a população e os “soldados da paz” manteiguenses. Nesse sentido, a nova direção tem feito «ações com a população – ações de socorro, rastreio, entre outras, que são bem aceites pelos utentes».
Além de Cláudio Serra, a nova direção é formada por Jorge Martins (vice-presidente) e Sandra Lopes (tesoureira), enquanto Nuno Gomes preside à Assembleia Geral, tendo como secretários Nuno Gonçalves e Margarida Martins. Já o Conselho Fiscal é dirigido por André Carvalho, sendo vice-presidente Carlos Coelho e vogal Maria Cecília Almeida. Os novos corpos sociais foram eleitos no dia 23 de setembro com 51 votos a favor, zero nulos e zero votos em branco.
Paulo Sequeira no comando
Há cerca de 20 anos que o guardense Paulo Sequeira está ligado aos bombeiros voluntários. Durante dez anos foi comandante da corporação Guarda, tendo cessado funções em março de 2022 devido a motivos pessoais. Agora, o guardense assumiu o cargo em Manteigas, numa corporação com «39 elementos – alguns do quadro de reserva e outros como estagiários para ingressar no corpo ativo».
Paulo Sequeira admite que talvez sejam «poucos para aquilo que se pretende», mas não baixa os braços e lembra que esse é um dos objetivos da sua função: «Cativar pessoas, conseguir ter mais bombeiros e aumentar a nossa capacidade de resposta», afirma. Na sua opinião, comandar a corporação de Manteigas não é diferente de quando comandou a da Guarda, bem maior. Mas há alguma preocupação com a localização da vila, mesmo no centro do Parque Natural da Serra da Estrela, «em pleno “coração” da Serra, com uma natureza fabulosa, visitada por inúmeros turistas», refere o responsável.
«É verdade que Manteigas tem particularidades na sua área de atuação que são únicas e é um concelho em que os acessos não são os melhores e, portanto, há um conjunto de riscos muito específicos», considera Paulo Sequeira, que diz levar para dentro do quartel um «espírito de união, de sacrifício, dedicação e empenho – são fundamentais para conseguirmos cumprir a nossa missão, obviamente com formação e treino, para termos ainda mais qualidade».
Sofia Pereira
