Sociedade

Vigília assinala «último dia de vida» da Escola de São Miguel

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Escrito por Carina Fernandes

Estabelecimento de ensino guardense encerrou no final do ano letivo para acolher o Comando Nacional da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro (UEPS) da GNR

Alguns pais, alunos, ex-alunos, docentes e não docentes reuniram-se na noite da passada quinta-feira para uma vigília que assinalou «o último dia de vida da C+S de São Miguel», justificou Carla Poço, porta-voz do movimento que tentou que a escola guardense não fosse extinta.
Os participantes na iniciativa quiseram divulgar a sua versão dos factos, tendo sublinhado que «não foi o Ministério da Educação que extinguiu esta escola, foi o presidente da Câmara da Guarda que, através de uma carta educativa revogada do ano 2007, no dia 3 de julho de 2023 pediu a extinção desta escola com base nos argumentos de que teria poucos alunos e haveria condições físicas na Escola da Sé e na Carolina Beatriz Ângelo» para receber os alunos. Depois de alguns rumores e alguma insistência, os pais conseguiram uma reunião com Sérgio Costa a 22 de junho, mas com algumas condições, nomeadamente «só poderiam entrar quatro ou cinco pais e se soubesse que chamávamos a comunicação social ou fazíamos uma manifestação, ou qualquer coisa que lhe desagradasse, a reunião era cancelada». Contudo, no encontro, os esclarecimentos a algumas questões parece não ter existido.
A Carta Educativa que prevê o encerramento da Escola C+S de São Miguel foi aprovada por maioria na Assembleia Municipal do passado 28 de junho, numa votação que Carla Poço considera ter sido feita de «ânimo leve» porque «muitas pessoas votaram, mas nem sabiam o que era a Carta Educativa. E alguns deputados diziam “eu votei na Carta Educativa, mas não queria o encerramento da escola”», revela a encarregada de educação, que lembra que o documento já estabelecia que a escola iria encerrar «a curto prazo, e o presidente da Câmara transformou isto num imediato». Ao longo de todo este processo a porta-voz dos defensores da escola de São Miguel lamenta a falta de apoio da Associação de Pais, «que, infelizmente, não nos representou», no que considera ter sido «uma decisão tomada de forma autoritária e ditatorial de dizer a escola encerra e encerrou».
Para além de recordado todo o processo até «à extinção» da escola, Carla Poço apelou «a todos os cidadãos da Guarda para que tenham bom senso e que parem com os falatórios e as conversas paralelas em redes sociais a difamar esta escola, os profissionais e os alunos». A escola C+S de São Miguel, na qual ainda se matricularam 130 alunos, encerrou no final do ano letivo e deverá acolher o Comando Nacional da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro (UEPS) da GNR. Entretanto, o Sindicato de Professores da Região Centro já pediu esclarecimentos ao ministro da Educação, de quem espera que reverta a decisão.

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Carina Fernandes

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