É o assunto que está a dar que falar em Belmonte. Na passada quinta-feira, o executivo municipal aprovou, por maioria, um aumento de cerca de 40 por cento do tarifário de águas, saneamento e resíduos sólidos urbanos.
«Não podemos deixar de fazer isto, é inevitável», justificou António Dias Rocha, autarca local, acrescentando que o município está «a fazer um esforço muito grande em termos financeiros» para reparar o sistema de abastecimento concelhio. «Existem muitas roturas, pois foram utilizadas muitas canalizações do mais barato que havia no mercado, material que se ressente com facilidade», afirmou o presidente da Câmara. «Anualmente, o município tem um prejuízo de cerca de 1 milhão de euros com a água, algo que é incomportável», alertou Dias Rocha, segundo o qual, com o aumento aprovado, a tarifa do primeiro escalão, taxado a 0,28 euros, vai passar para 0,43 euros. A subida do preço da água foi contestada pelo vereador da CDU. Para Carlos Afonso, esta decisão não faz sentido «enquanto houver roturas constantes e pessoas que não pagam a água».
Quem também votou contra foi o eleito do PSD, José Mariano, que realçou o facto de «muitos dos contadores estarem avariados, o que prejudica o município pela falta de leituras». Já o colega de partido, André Reis Correia, votou a favor do aumento, tal como Dias Rocha e do vice-presidente Paulo Borralhinho, ambos do PS. A proposta vai ser remetida à Assembleia Municipal para discussão e votação, estimando-se que as novas tarifas entrem em vigor já no final de setembro. A decisão surge após um parecer da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR).