No seguimento da visita de Mário Filipe Campolargo, secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, à cidade da Guarda, nomeadamente ao Centro Tecnológico e à Merkle, Jorge Conceição, managing director da empresa em Portugal, considera que na Guarda existem recursos humanos «muito capazes», mas há «escassez».
«Quando há um pico de necessidade de pessoas, nós não conseguimos encontrar todas as pessoas que necessitamos. O número de alunos que sai anualmente das universidades não é suficiente para as encomendas. As pessoas que temos aqui são maioritariamente da Guarda, mas também temos trabalhadores da Covilhã, do Fundão e da Anadia», revelou o responsável. A Merkle é uma empresa do grupo japonês Dentsu, com 110 anos de existência. «A Merkel está em Portugal desde 2014 e dedica-se ao desenvolvimento de software em várias tecnologias, com vários profissionais e várias plataformas para clientes estrangeiros, maioritariamente do Centro e Norte da Europa. Não temos clientes em Portugal», revelou Jorge Conceição.
Na Guarda, a Merkle começou com três funcionários e emprega atualmente cerca de 70, esperando ter 90 até ao final deste ano. Tem sido um crescimento «meteórico, porque em 2019 começamos com três pessoas, que ainda estão connosco. Hoje somos entre 70 a 80 funcionários e prevemos chegar ao final do ano com 90 a 100 pessoas», adiantou o managing director. Na altura da pandemia «os negócios do grupo alavancaram também muito. Muitos clientes quiseram digitalizar ou fazer uma transformação digital e contaram com os nossos serviços. Isso permitiu-nos crescer a operação, não só na Guarda, mas em Portugal, onde já empregamos 550 pessoas», acrescentou.
No final da visita à Guarda, Mário Filipe Campolargo – que substituiu à última hora António Mendonça Mendes, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro – revelou que «é uma honra ver como estes territórios abraçam a digitalização e promovem a fixação de talento. E na maior parte das vezes trabalhamos para o mundo, ou seja, exportamos talento». Esta vinda à cidade teve como objetivo «avaliar a capacidade destes territórios atraírem talento, de promover um desenvolvimento económico e social equilibrado». Para o governante, «a tecnologia é um meio para atingir os objetivos que Portugal e outros países querem. Estes territórios têm que promover o desenvolvimento económico, social, e a tecnologia, hoje, é fundamental nesse aspeto». Por isso, «desde a escola primária temos de começar a dar formação às nossas crianças, temos que ter um pensamento computacional que nos vai preparar ao longo do tempo para entendermos e explorarmos as ferramentas que são postas ao nosso dispor», defendeu Mário Filipe Campolargo em declarações a O INTERIOR.
Por sua vez, Sérgio Costa, presidente da Câmara da Guarda, realçou o trabalho desenvolvido pelo município no ramo tecnológico, nomeadamente o Espaço Tecnológico que foi inaugurado em novembro de 2022 e que «já está quase na sua plena capacidade».
Carina Fernandes
Paguem de acordo com o valor de mercado europeu…. é simples …