O sistema solar é a nossa “casa” no espaço, revelando-se importante propriedade celeste com cerca 4.600 milhões de anos. Deste sistema planetário fazem parte o Sol, oito planetas – entre os quais a Terra – e inúmeros outros corpos celestes de pequenas dimensões e igualmente interessantes.
O Sol é uma esfera gigante de hidrogénio e hélio, que representa 99,9% da massa do sistema solar. Esta estrela é alimentada pelas reações nucleares no seu núcleo, onde os átomos de hidrogénio se unem para dar origem a átomos de hélio mais pesados. Os processos de fusão libertam uma enorme quantidade de energia, que atravessa muito lentamente todas as camadas do Sol até chegar à superfície. Esta energia que é propagada em todas as direções através do espaço por meio de ondas eletromagnéticas designa-se por radiação solar.
Iniciadas em 1979, as medições persistentes e sistemáticas da radiação solar permitiram caracterizar ciclos solares (duração de 11 anos) e conhecer a variação da insolação nas últimas décadas. Contudo, para alargar o período de análise, é necessário lançar mão de dados indiretos, sejam eles de natureza geoquímica ou histórica.
Historicamente, desde os tempos Galileu Galilei, Scheiner e Fabricius, os astrónomos têm vindo a registar, sem conhecimento de causa, as manchas solares que se geraram na atmosfera. Dado que hoje sabemos que o número de manchas solares está diretamente relacionado com a atividade solar, esses dados permitiram calcular a radiação solar dos últimos quatro séculos.
No que à natureza geoquímica diz respeito, os dados são fornecidos pela concentração dos isótopos radioativos carbono-14 e berílio-10 na atmosfera que se geram pela ação de raios cósmicos sobre o nitrogénio do ar. Quando o Sol é muito ativo, intensifica-se o vento solar, que interage com os raios cósmicos e limita a produção de isótopos. Visto que as variações isotópicas ficam registadas nos anéis de árvores (carbono-14) e no gelo glaciar (berílio-10) a sua medição tem permitido reconstituir a atividade solar dos últimos milénios.
Como foi o Sol no passado?
“Dado que hoje sabemos que o número de manchas solares está diretamente relacionado com a atividade solar, esses dados permitiram calcular a radiação solar dos últimos quatro séculos. “