Vinhas e culturas afetadas, alcatrão arrancado da estrada e lojas inundadas. Foi assim que terminou o dia da última segunda-feira no concelho da Mêda devido às fortes chuvas que se abateram sobre a região.
«Tudo começou pelas 17 horas, quando ouvimos um grande trovão em direção ao para-raios da Câmara Municipal, que ficou, logo de seguida, sem qualquer comunicação», conta João Mourato, presidente da autarquia a O INTERIOR. Depois do trovão, os níveis de «precipitação aumentaram e causaram todos estes estragos, que ainda estamos a contabilizar». São prejuízos ao nível «da agricultura, com vinhas e muitas culturas dizimadas e estragadas», sendo que na Mêda, Aveloso, Rabaçal e Longroiva «a chuva conseguiu arrancar o próprio alcatrão das estradas e impossibilitar a passagem de viaturas», revela o autarca.
Em termos de custos e prejuízos, João Mourato não adianta valores uma vez que os serviços municipais ainda estão a «fazer o levantamento das situações através da proteção civil, bombeiros e forças de segurança». A região medense é rica em vinhas e tanto os sócios da Adega Cooperativa local, como os não sócios, «estão a sofrer neste momento porque veem destruída a fonte de sustento da família ao longo do ano por causa de uma ou duas horas de precipitação nunca antes vista». A afirmação é do presidente da direção da Adega Cooperativa, César Figueiredo, que deixa uma «palavra de solidariedade para todos os produtores afetados» e lembra que agora os prejuízos têm de ser «acautelados pelo seguro de colheita agrícola que os produtores fizeram no início da campanha».
A Adega Cooperativa da Mêda pretende apoiar os produtores para que «não tenham dificuldade no acesso à informação», garante César Figueiredo, também vice-presidente da Câmara, que acredita que a forte precipitação do final do dia de segunda-feira vai originar «quebras na produção» porque houve uma grande «precipitação com água e granizo à mistura». Aos produtores, o presidente da direção da Adega medense recomenda que façam os «tratamentos nas vinhas para minimizar os estragos ou precaver a próxima produção».
Os estragos chegaram a Vila Nova de Foz Côa
Ainda ao final do dia de segunda-feira, Vila Nova de Foz Côa também foi afetada pelas «fortes chuvas, acompanhadas de granizo, que provocaram prejuízos avultados na vinha», segundo adianta o presidente da autarquia, João Paulo Sousa.
«Foi registada a queda de pedras de granizo e chuva intensa que destruíram praticamente todas as vinhas em dois terços do concelho. Os prejuízos são muito avultados em todo o setor agrícola, que é uma das principais fontes de rendimento para os nossos agricultores. Também foram registadas inundações em habitações e vários caminhos ficaram danificados», acrescentou o autarca. No concelho de Vila Nova de Foz Côa, os maiores estragos registaram-se nas localidades de Touça, Freixo de Numão, Cebadelhe, Mós, Murça e áreas de agricultura e vinha nas imediações da sede do concelho.
Tal como na Mêda, também no concelho de Foz Côa houve «várias estradas e arruamentos que ficaram intransitáveis». Para já está a ser feito o «levantamento dos estragos e a avaliação dos prejuízos causados pela chuva e granizo», afirmou o autarca de Foz Côa. João Paulo Sousa está em contacto com a Direção Regional de Agricultura e Pescas no Norte (DRAPN) para sinalizar os prejuízos causados pelo mau tempo e perceber as linhas de apoio aos agricultores afetados.
Sofia Pereira