A Inteligência Artificial (IA) constitui a mais importante força de mudança da sociedade moderna, mas talvez só nos tenhamos apercebido disso depois do famoso ChatGPT surgir nas nossas vidas. Ainda assim, continuamos a achar normal que, ao concluir a escolaridade obrigatória, os alunos não saibam nada sobre o funcionamento da IA, sobre as oportunidades por ela criadas e, sobretudo, sobre os cuidados que se devem ter ao usá-la. No entanto, mesmo antes de nos apercebermos da intrusão da IA nas nossas vidas, já a Association for the Advancement of Artificial Intelligence e a Computer Science Teachers Association se tinham preocupado em definir o que é que os alunos, ao completar a escolaridade obrigatória, deveriam saber sobre o é e que fazer com a Inteligência Artificial, deixando-nos cinco ideias chave.
A primeira ideia é a de que os computadores se apercebem do mundo através de sensores e os alunos devem compreender que a perceção que a máquina tem de uma língua falada ou de imagens requer um grande conhecimento destes domínios. Devem ser capazes de identificar e demonstrar as limitações dos sistemas de perceção das máquinas e utilizar ferramentas abertas de aprendizagem automática para formar classificadores percetivos. A segunda é a de que as máquinas mantêm modelos e representações do mundo usando-os para raciocinar. Os alunos devem compreender o que significa uma representação. Para além disto, os alunos devem compreender que os computadores constroem representações usando dados e que estas representações podem ser manipuladas usando algoritmos de raciocínio que retiram novas informações do que já é sabido. Os alunos do ensino secundário devem ser capazes de usar estruturas elementares de dados para programar algoritmos simples de dedução.
A terceira ideia é a de os computadores conseguem aprender através do processamento de dados. Os algoritmos de aprendizagem de máquina permitem que os computadores criem as suas próprias representações usando dados de treino que ou são fornecidos por pessoas ou adquiridos pela própria máquina. Os alunos do secundário deveriam ser capazes de treinar uma rede e codificar aplicações simples usando ferramentas de uso aberto. A quarta é a de que, ao fazer com que as máquinas interajam naturalmente com os humanos, constitui uma mudança substancial para os especialistas que desenvolvem a IA. Inferir as intenções futuras de uma pessoa através da observação das suas ações até mesmo para os humanos é desafiante, mas os robôs têm de ter estas competências se quiserem ser bem acolhidos. No fim da escolaridade, os alunos devem ser capazes de construir gramáticas sem contexto que permitam analisar línguas simples e usar ferramentas abertas para construir “chatbots”. Deverão igualmente ser capazes de usar ferramentas de análise de sentimentos para conseguirem extrair o tom emocional de um texto.
A quinta ideia chave é a de que o impacto das aplicações de Inteligência Artificial na sociedade tanto pode ser positivo como negativo. Logo, os alunos devem ser capazes de identificar os diferentes modos como a IA está a contribuir para as suas vidas e ser capazes de avaliar novas tecnologias de IA, descrevendo questões de impacto, ético e social, por elas levantadas.
Quando o grande desafio da escola passa por ensinar a conviver com máquinas que aprendem…
“A Inteligência Artificial (IA) constitui a mais importante força de mudança da sociedade moderna, mas talvez só nos tenhamos apercebido disso depois do famoso ChatGPT surgir nas nossas vidas. “