Na passada semana a comunidade escolar das Lameirinhas foi surpreendida com a chegada de um conjunto de máquinas e outros equipamentos, que se instalaram no espaço de recreio habitualmente usado pelas crianças que ali frequentam as atividades letivas.
A surpresa foi total e apanhou desprevenidos todos os docentes, alunos da escola e seus encarregados de educação, uma vez que a Câmara Municipal da Guarda (CMG) não comunicou a situação à Direção do Agrupamento de Escolas Afonso de Albuquerque (AEAAG) nem à coordenadora da Escola das Lameirinhas.
As obras começaram de imediato, gerando um ruído tal que tornou impossível a comunicação dentro das salas de aula e, consequentemente, o trabalho com as crianças, que se viram também privadas do espaço de recreio. A situação foi de tal forma grave que, na tentativa de se encontrar uma solução que permita que as crianças continuem a sua escolaridade de forma adequada, foi realizada uma reunião entre docentes e encarregados de educação, convocada de urgência, na qual esteve presente o diretor do AEAAG e ausente a CMG.
A proposta apresentada pelo diretor do AEAAG, que manifestou desconhecimento prévio da situação dado que nada lhe foi transmitido pela CMG, foi a transferência dos alunos para a sede de Agrupamento, uma vez que, segundo informou, a obra não poderia ser parada, pois isso implicaria a perda de financiamento. Quer isto dizer que, para a CMG, é mais importante realizar uma obra – cuja necessidade não pomos em causa, mas que poderia ter sido planeada de outra forma ou em outro momento – do que a aprendizagem de cerca de 100 crianças que veem assim interrompido o curso normal da sua formação escolar.
Não é aceitável dizer-se que a solução encontrada não prejudica os alunos. Facilmente se percebe que uma mudança de rotinas, espaços e formas de intervenção exige uma adaptação das crianças que não é compatível com o momento do ano letivo em que nos encontramos.
Esta falta de planeamento da realização da obra, que exigiria prévia articulação entre a CMG e o AEAAG, é um exemplo de desrespeito para com encarregados de educação, docentes e alunos, que, em última análise, espelha uma atitude do município face à população guardense dificilmente compatível com os princípios democráticos. Será esta a forma que a CMG e o seu Presidente encontraram para Governar a Guarda a favor das suas gentes?!!!
Pergunto: porque não a realização desta obra no período de interrupção letiva do Verão, altura em todos os prejuízos atrás referidos se esbatem??
Estou de acordo com o Sr. Presidente da CMG, quando afirma que «a Guarda merece mais…», para isso será importante que a CMG seja, ela própria, a dar mais à Guarda, começando por RESPEITAR os guardenses.
Luís Couto