O distrito da Guarda vai ter em prontidão 408 bombeiros e 98 equipas no período crítico de incêndios, entre 1 de julho e 30 de setembro. Os operacionais serão apoiados por três helicópteros sediados na Guarda, Mêda e em Seia, cujo aeródromo aguarda licenciamento da Autoridade Nacional de Aviação Civil. Até lá, esse meio aéreo fica em Santa Comba Dão (Viseu). Aos voluntários juntar-se-ão dezenas de elementos da UEPS da GNR, da Força Especial de Bombeiros e várias equipas do ICNF.
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) foi apresentado na passada quarta-feira, numa sessão promovida na Guarda pela Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE). António Fonseca, comandante operacional distrital, diz tratar-se de um «bom dispositivo» tendo em conta a área do distrito e a população comparando com outras zonas do país, apesar do aumento da severidade meteorológica e das características do território que continuam a dificultar o combate aos fogos florestais. «Temos muitos meios. Uma boa parte dos corpos de bombeiros já têm ou estão em vias de constituir a segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP), para além dos voluntários, que continuam a existir. Isso permite estender o período do dia em que temos uma equipa profissional no quartel, pronta a intervir no socorro e na emergência. Isto é o que tem mudado do ano passado para este ano», disse o responsável, revelando que apenas as corporações de Melo e Folgosinho, no concelho de Gouveia, não têm EIP.
Como o número de voluntários no ativo se mantém «praticamente igual» ao ano passado, o comandante operacional distrital fala mesmo «num acréscimo de meios humanos» prontos a intervir em caso de necessidade. De resto, António Fonseca destacou que o distrito da Guarda tem três bombeiros por cada mil habitantes, «a maior relação no país de voluntários em termos de adesão ao dispositivo». O responsável recordou também que o número de ocorrências tem diminuído desde 1995, quando o distrito registou 2.163 incêndios rurais, tendo sido contabilizados 202 em 2021, tendo a área ardida diminuído 56 por cento relativamente à média da última década. «Este resultado é fruto do trabalho de todas as entidades envolvidas na prevenção e combate aos incêndios rurais, bem como da população», considerou.
No ano passado, Vila Nova de Foz Côa foi o concelho do distrito que registou mais ocorrências (27), seguido da Guarda (24) e do Sabugal (22). Já em termos de área ardida os municípios mais afetados foram o Sabugal (464 hectares), Pinhel (365) e Seia (356). «Nenhum destes incêndios faz parte da lista dos 20 maiores ocorridos em 2021», assinalou António Fonseca. Este ano, as autoridades voltam a contar com o apoio de 16 câmaras de videovigilância colocadas em zonas «mais sensíveis e estratégicas» do distrito da Guarda e que têm sido uma grande ajuda na deteção de focos de incêndio. Nos concelhos de Belmonte, Covilhã e Fundão há duas em funcionamento. A partir de 1 de julho vão também entrar ao serviço 16 postos de vigia no distrito da Guarda e seis na zona da Cova da Beira.
Distrito da Guarda tem três bombeiros em prontidão por mil habitantes no pico do Verão
Entre 1 de julho e 30 de setembro há 408 bombeiros e 98 equipas, três helicópteros e dezenas de elementos da UEPS da GNR, Força Especial de Bombeiros e do ICNF em prontidão