Diogo Cabrita cai na armadilha da desinformação e escreve sobre um assunto que desconhece: a mobilidade elétrica. Comprar um carro elétrico é reduzir, reutilizar, organizar e fazer a “revolução verde”.
O carro elétrico é sempre mais eficiente (75%) do que qualquer carro convencional térmico (15 a 30%), na conversão energética. Ao contrário dos carros convencionais, os elétricos não precisam de mudar óleo, filtros, velas, catalisador, alternador, etc…, são quase isentos de manutenção. As baterias duram mais que o próprio carro, 20 a 30 anos. A ausência de manutenção implica perdas de lucros para a indústria automóvel, não vende peças. E aqui reside o essencial da questão: a indústria (Toyota, VW, Citroen, Honda, etc…) detesta a mobilidade elétrica porque lhes retira lucros. O maior fabricante do mundo, a Toyota, não tem um único carro 100% elétrico. Se não fosse a TESLA, em 2007, a revolucionar o mercado automóvel, as marcas europeias e japonesas estariam no “business as usual” a queimar combustíveis fósseis e a financiar a Arábia Saudita, a Rússia de Putin e outras ditaduras.
Diogo Cabrita falha na análise porque desconsidera o valor democrático do carro elétrico. Produzo a energia elétrica que uso no carro, em casa ou no trabalho, não preciso da Galp nem da Exxon. A mobilidade passa a custar-me praticamente zero, mesmo que necessite carregar num posto público gasto no máximo 6 euros por 100 km, em casa gasto 2 euros.
Como médico, Diogo Cabrita deveria saber que a mobilidade elétrica permitirá reduzir a poluição urbana e salvar vidas. E como cidadão sabe que as pessoas não vão abandonar o hábito de andar de carro, mesmo com transportes públicos eficientes. Portanto, e digo eu, infelizmente temos que viver com os carros como meio de transporte nos próximos anos e ser coerentes.
A Noruega é o país do mundo com a frota mais eletrificada, 65% dos carros novos vendidos em 2021 foram modelos 100% elétricos. Será que os noruegueses são tontos e apostam numa tecnologia insustentável e mais poluente que a atual, sendo eles um produtor de petróleo? Claro que não, os noruegueses sabem descomplicar e descarbonizar, e a mobilidade elétrica é isso mesmo, eliminar desperdícios fomentando a soberania energética e a eficiência económica. E viva a mobilidade elétrica, que se deseja mais democrática com modelos acessíveis a todas as bolsas.
João Miguel Vaz
Bom dia! Realmente a mobilidade elétrica é o caminho do novo desenvolvimento, por um ambiente mais limpo e menos dependente de combustíveis fósseis.