João Prata (PSD) foi empossado, na passada quinta-feira, presidente da Junta de Freguesia da Guarda para o terceiro e último mandato. Em minoria na Assembleia de Freguesia, os sociais-democratas viram ser aprovada a proposta de sete elementos para o executivo com nove votos a favor – todos do PSD – e dez abstenções, dos eleitos do PS e do movimento “Pela Guarda” (PG).
Esta tomada de posição foi justificada por António Júlio Aguiar, do PG, com o argumento de que «não seria sério, nem ético, da nossa parte ir contra a vontade» dos eleitores. «Não podemos violar descaradamente, por interesses pessoais, a decisão do povo, isso seria inadmissível», considerou o segundo candidato para a Assembleia de Freguesia, prometendo «trabalhar sempre e só em função dos interesses da freguesia da Guarda e sempre honrando os compromissos assumidos enquanto candidatos». Por sua vez, o socialista Fábio Pinto afirmou que este novo mandato exige «mais participação de todos, mais capacidade de ouvir e mais capacidade de construir».
O eleito sublinhou também a maioria social-democrata deve agora «orientar a agulha da bússola da Junta na direção do diálogo, da cooperação, da atenção e do respeito pelo seu órgão deliberativo, mais do que no passado, em que essa atenção não ultrapassava a mera formalidade». E sugeriu que a Junta deve procurar «intensificar o contacto e ir ao encontro dos cidadãos». Por sua vez, João Prata afirmou que neste terceiro e último mandato «vamos procurar obter o concurso de quem nos pode auxiliar a prestar um melhor serviço ao que já vimos fazendo, mas novas experiências organizativas poderão catapultar a vontade dos autarcas e dos funcionários da freguesia». Além disso, assumiu igualmente que a Junta «será mais reivindicativa», pois «estamos em crer que uma das vias possíveis para dar estas respostas é potenciarmos o novo quadro regulatório das transferências de competências e acertarmos um quadro estável de cooperação total, franca e desejada com a Câmara».
O histórico autarca guardense assumiu que a freguesia «não tem grandes recursos financeiros», mas não será por isso que vão deixar «de estar presentes junto das associações e particulares». Entre as suas prioridades para os próximos quatro anos estão a criação de uma rede de abrigos e transportes públicos, a melhoria da recolha de resíduos, a construção e manutenção de áreas verdes, a mobilidade e acessibilidade. João Prata mostrou-se ainda disponível para apoiar a constituição de um grupo de trabalho na Assembleia de Freguesia para criar o provedor de bairro.
Nesta sessão foram também empossados os membros do executivo da Junta e a mesa da Assembleia de Freguesia. Houve lista única e foi apresentada pelos sociais-democratas, tendo sido eleito Peres de Almeida com nove votos a favor, oito abstenções e dois votos contra.
Junta de Freguesia da Guarda empossada sem sobressaltos
Maioria relativa de João Prata (PSD) não foi posta em causa por PG e PS, que também viabilizaram Peres de Almeida na presidência da messa da Assembleia de Freguesia.