Conhece a sua tiroide? É aquela pequena glândula, em forma de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço e responsável por regular o nosso metabolismo, a temperatura corporal e até em parte a frequência cardíaca! Por isso, hoje vamos falar de uma das suas patologias mais comuns, que afeta sobretudo o público feminino e é atualmente a causa mais frequente de hipotiroidismo – a chamada Tiroidite de Hashimoto.
Mas em que consiste esta patologia?
A tiroidite de Hashimoto é uma doença autoimune com tendência à cronicidade, ou seja, por um desequilíbrio do sistema imunológico (motivado por fatores genéticos e ambientais), este deixa de reconhecer as células próprias da tiroide como suas e desenvolve por isso anticorpos e mecanismos de “ataque” contra esta glândula.
Numa fase inicial, o processo é frequentemente silencioso, podendo o aumento de volume e consistência da tiroide ser o único sinal visível e em casos pontuais causar certo desconforto na deglutição, respiração ou alterações no tom de voz. No entanto, na sequência da agressão contínua à glândula, o seu volume começa a diminuir e o declínio da sua secreção hormonal também, aparecendo assim os sinais e sintomas típicos de um hipotiroidismo estabelecido, como fadiga, alterações da memória, diminuição da energia, pele seca, unhas quebradiças, intolerância ao frio, obstipação, ganhas de peso ou alterações do fluxo menstrual.
Mas como chegamos ao diagnóstico?
Suspeitado pela presença dos sintomas acima descritos, o diagnóstico é na maioria das vezes feito de forma simples através de exames laboratoriais. Neles vamos encontrar a presença de anticorpos contra as células da tiroide e na maioria das vezes também já níveis hormonais em declínio. A ecografia não sendo essencial, pode em alguns casos apoiar o diagnóstico.
Passando ao tratamento, ele consiste frequentemente na reposição com uma hormona sintética, mas semelhante aquela que o nosso corpo naturalmente produz, com a finalidade de compensar a menor produção, corrigir o quadro de hipotiroidismo e resolver os sintomas. O tratamento cirúrgico ou imunossupressor raramente é necessário, ficando por isso reservado para casos bem pontuais.
Para terminar em jeito positivo, vale ressaltar que é uma doença com bom prognóstico e o tratamento é muito satisfatório sempre que feito corretamente e de preferência de forma multidisciplinar, incluindo também uma alimentação equilibrada e saudável bem como a prática regular de exercício físico.